E...
... lá se foi o caçula de tio Apolônio Germano viver no alto. Meu tio, que já tinha experimentado a dor da partida de uma filha, em 1972, passa de novo pelo mesmo sofrimento.
Nenhum pai e nenhuma mãe está preparado para enterrar um filho, imagina dois. Infelizmente tio Apolônio e Mariquinha vão fazê-lo pela segunda vez.
E eu, que na maioria das vezes sei dizer algo para quem passa pela dor da partida de um ser querido, não sei o que poderia dizer ou fazer para confortar o meu tio, Mariquinha e os primos. Logo a ele que durante muito tempo, foi o nosso colo e conforto, contando-nos as histórias do meu pai, fazendo-o presente em nossa vida, tentando ser, no seu afeto e cuidado, o pai que não tínhamos mais, fazendo-se o remédio para a nossa ferida, tentando preencher o vazio que a partida do nosso pai abriu em nossas vidas, inclusive nele mesmo, já que os dois eram irmãos e, especialmente, amigos.
Ranilson Cavalcante lutou com bravura pela vida, quando tinha apenas quatro anos. Infelizmente, não conseguiu desta vez. É mais uma dor que nos chega sem que haja analgesia. E que nós encontremos, uns nos outros, o conforto e o amparo que o momento nos pede.
"Saudade é ausência do ser presente e a presença do ser ausente" ( pensador inglês) . E assim será Ranilson na nossa vida.
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